O corpo do sargento da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) Adriano Damásio Lopes, 44 anos, morto na quinta-feira (16/1) enquanto ajudava na evacuação das vítimas do incêndio no hotel em que estava hospedado, em Maceió, será enterrado, neste sábado (18/1), em Brazlândia. A informação foi dada ao Correio pela corporação, acrescentando que o sepultamento ocorrerá às 14h30 e que pétalas de rosas serão lançadas de um helicóptero sobre o túmulo, no cemitério. O governador Ibaneis Rocha, que considerou a atitude do militar um ato de bravura e se solidarizou com a família, havia determinado à corporação que ajudasse no traslado dos restos mortais de Lopes ao DF. A vice-governadora Celina Leão confirmou que estará na cerimônia.
Por outro lado, a Polícia Civil de Alagoas trabalha com algumas linhas de investigação para esclarecer o incidente. Entre as hipóteses, segundo os agentes alagoanos, a principal seria uma pane no ar-condicionado. O problema teria causado um curto-circuito e dado início às chamas. O policial morreu após inalar grande quantidade de fumaça.
Ao Correio, a delegada Luci Mônica Moura Ribeiro Rabelo, chefe do 2º Distrito Policial na capital de Alagoas e responsável pelo caso, informou que: "Os laudos poderão confirmar essa tese", afirmou. "Nós já tomamos o depoimento de três pessoas, inclusive o da esposa da vítima", acrescentou. "Vamos juntar tudo aos autos, além da documentação técnica de avaliação do hotel. Foi um ato de bravura do policial", acrescentou.
Lopes ocupava, com a esposa, filha e sogra, um apartamento no estabelecimento que ardeu. Segundo os investigadores, ao perceber que o fogo começava a tomar o local, ajudou na evacuação de outros hóspedes. De acordo com o Corpo de Bombeiros de Alagoas, o policial brasiliense ficou intoxicado com a queima de diversos materiais do hotel e, por isso, desmaiou. Ele ainda teria sofrido uma parada cardíaca, antes de ser levado ao Hospital Geral do Estado. Aparentemente, por haver respirado substâncias tóxicas e devido à interrupção cardiorrespiratória, ele sofreu danos em seu organismo que não suportou, acabando por morrer na instituição médica.
Segundo a delegada Luci, o sargento e as familiares passavam sua última noite no edifício, que deixariam na manhã do dia da fatalidade. "Ele e a esposa, que é brigadista, salvaram várias vidas. Estavam para ir embora, inclusive com as malas prontas. É muito triste", lamentou a policial.
Em nota, a Secretaria de Segurança Pública de Alagoas lamentou a morte do sargento do DF. A corporação citou que o ato de bravura do colega de farda foi essencial. "O policial será sempre lembrado pelo heroísmo, exemplo de coragem e pelo cumprimento fiel ao juramento de defender e garantir a segurança da comunidade, mesmo com o sacrifício da própria vida", disse.
Lopes ingressou na PMDF em 1º de abril de 2003. Atualmente, estava no Batalhão de Policiamento de Trânsito, onde serviu por mais de 20 anos.