Jornal Opção conversou com dois membros ativos do PT a respeito de suas possíveis alianças para a formatação da chapa majoritária em 2026, daqui a um ano e quatro meses.

Os dois petistas disseram que a prioridade absoluta é criar um palanque forte para a reeleição do presidente Lula da Silva, do PT. As demais questões ficarão subordinadas à aliança pró-campanha presidencial.

Um dos petistas diz que Marconi Perillo estaria dizendo que só vai tomar uma decisão a respeito de alianças a partir de dezembro deste ano. “Pelo visto, Marconi está esperando a posição do bolsonarismo em Goiás — se vai lançar candidato a governador ou se vai compor com Daniel Vilela. Noutras palavras, a tática do tucano poderá levá-lo, não ao Nirvana, e sim ao brejo.”

O outro petista postula que, em 2022, Marconi Perillo não foi eleito senador porque não quis compor com o PT. “Aliado ao PT, Denise Carvalho não seria candidata e Marconi teria conquistado os votos da esquerda e poderia ter derrotado Wilder Morais. Juntos, Marconi e Denise obtiveram 925.675 votos, ou seja, 126.653 votos a mais do que o senador eleito Wilder Morais. Faltou realismo ao tucano, como está faltando agora. Ninguém pode ignorar a força e a estrutura do PT.”

Vanderlan Cardoso e Adriana Accorsi: a aliança nacional pode-se tornar aliança local | Fotos: Divulgação

O PT opera com três possibilidades. Primeiro, uma aliança entre PT, PV, PC do B, Psol e Rede. Daí sairiam os candidatos a governador, senador e deputado estadual e federal. Os nomes dos candidatos a governador e ao Senado ainda não foram divulgados, porque o partido aposta numa frente mais ampla. Pode ser Denise Carvalho? “Não sei. Ela está bem em Brasília”, frisa um dos petistas. “Mas é um ótimo nome tanto para o Senado quanto para o governo, porque é articulada e tem discurso.”

Segundo, a aliança, expandida, incluiria o Solidariedade, o PDT da deputada federal Flávia Morais, o PSB de Elias Vaz e do senador Jorge Kajuru e o PSD do senador Vanderlan Cardoso e do deputado federal Ismael Alexandrino.

Lula da Silva e Rubens Otoni: prioridade é reeleição do presidente | Foto: Reprodução

Terceiro, a aliança incorporaria o PSDB de Marconi Perillo, Aava Santiago e Matheus Ribeiro. “Nós faremos qualquer composição, no espectro de centro-esquerda — excluindo o União Brasil — para fortalecer a chapa tanto de governador quanto do presidente Lula da Silva”, afirma outro petista.

Um ex-deputado é peremptório: “Marconi, se não aceitar por uma aliança com o PT, optando pela direita, acabará ficando isolado; portanto, sem nenhuma chance de ganhar para governador ou senador”. O ex-parlamentar frisa que, “aconselhado por Jayme Rincon e Jardel Sebba, Marconi caminha para seu terceiro matadouro político”.

A respeito de Vanderlan Cardoso, um dos petistas analisa: “Vanderlan está se iludindo se pensa que será candidato na base do governador Ronaldo Caiado e do vice-governador Daniel Vilela. A prioridade dos dois é uma aliança com o PL de Jair Bolsonaro, Wilder Morais, Gustavo Gayer e Major Vitor Hugo. Ele está fora jogo. O que nós estamos oferecendo é tanto espaço quanto eleitorado”. (E.F.B.)